10.12.17

MEMÓRIA: A edição de Natal do "Notícias de Nisa" (nº 18 - 24 Dezembro 1997)

A edição de Natal do "Notícias de Nisa" (nº 18 - 2ª série) saída a público no dia 24 de Dezembro de 1997, quase poderíamos dizer que era uma "edição de luxo". Pela qualidade do papel, pelo contéudo noticioso (as eleições autárquicas tinham decorrido há poucos dias e o jornal fazia ampla divulgação quer dos resultados, quer da composição de todos os órgãos autárquicos do concelho) quer ainda, sobretudo, pela excelente capa, totalmente a cores e com um belíssimo desenho de António Maria Charrinho.
No interior, para além do natural destaque às eleições para o poder local, não descurámos o tema mais importante da edição, o Natal, com textos alusivos a esta data tão festiva e simbólica, entre eles, um artigo de José Francisco Figueiredo extraído do "Correio de Nisa" de 25 de Dezembro de 1945 e que iremos colocar neste Portal, bem como outros não menos interessantes e que focavam a importância desta quadra natalícia. Como este, publicado na citada edição do "Notícias de Nisa", a penúltima, antes da "entrada em cena" do "Jornal de Nisa". Recuemos no tempo...
Avançar no tempo
Longe de nós vai o tempo em que toca o sino e o espírito natalesco é vivido de acordo com a pura tradição.
Está a acabar a Família reunida de uma forma modesta junto ao calor da lareira.
Eram com simples presentes que se satisfaziam os desejos mais apetecidos. Com uma boneca de papelão ou uma bola de trapos, as brincadeiras, apesar de simples eram feitas de coração entregue às mais puras imaginações.
Mas estamos a entrar na era do século XXI, um século de inovação, de avanço, de transformação de bonecas de trapos para Robots, espadas e heróis do Dragon Ball.
O dinheiro salta das algibeiras como um sopro apaga uma vela. Caros leitores, estamos perante o mundo do Consumismo!
Ao calor das lareiras ainda se permanece, mas as aldeias estão a morrer e as cidades crescem deixando a tradição a cargo dos anos que a apagam.
É razão para dizer a expressão que muitas pessoas hoje em dia gostam de utilizar: “A tradição já não é o que era!”.

Patrícia Porto