14.11.16

PORTALEGRE: O poeta Carlos Garcia de Castro morreu ontem aos 82 anos

O poeta alentejano Carlos Garcia de Castro faleceu ontem no Hospital de Portalegre, aos 82 anos, na sequência de falhas respiratórias.
Natural de Portalegre Garcia estreou-se no ramo literário em 1955 com 'Cio', a que se seguiu, em 1963, 'Terceiro verso do tempo'.
Contactado pela Lusa, o escritor Rui Cardoso Martins, familiar de Garcia de Castro, recordou que o poeta tinha "um grande domínio da linguagem" e que a sua escrita era "muito ligada" a Portalegre e ao Alto Alentejo.
"Era um homem muito especial, muito apaixonado, com um enorme domínio da língua e que, quando lançou os seus primeiros livros, toda a gente viu que estava ali um grande talento. É um poeta completo", sublinhou.
Rui Cardoso Martins relatou ainda que Carlos Garcia de Castro, que tinha assinalado no sábado mais um aniversário, era um poeta "na linha" de "outros grandes poetas" que nasceram ou viveram em Portalegre, tais como Cristóvão Falcão, José Duro e José Régio.
Após uma "paragem" de alguns anos, Carlos Garcia de Castro publicou 'Portus Alacer', em 1987, seguindo-se 'Os lagóias e os estrangeiros' (1992) e 'Rato do campo' (1998).
Em 2008 foi editado na cidade brasileira de São Paulo, pela editora brasileira Ponte Velha, uma antologia de poemas seus, inserida na colecção 'Fora de portas'.
O poeta editou ainda, entre outras obras, 'Loja, contra-loja e armazém' e, em 2008, apresentou na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, 'Gloria victis, Não-Poemas'.
Garcia de Castro colaborou com as revistas Colóquio/Letras, Sol XXI, Atlântida e Ibn Maruán, entre outras.
Em 2012 foi distinguido com a Medalha da Cidade de Portalegre, grau ouro. No site da autarquia não vem qualquer referência à morte do poeta, nem à medalha que recebeu.
António Manuel Teixeira in www.hardmusica.pt