8.7.16

NISA: E não se pode experimentar cá?

É um exemplo que vem de um concelho vizinho, Castelo de Vide. Vila onde o Centro Histórico não atinge, nem de longe, os níveis de degradação a que chegou o da vila de Nisa. 
A Câmara castelo-vidense vai procurar alterar a situação de abandono em que se encontra a zona histórica. Não é uma tarefa fácil, antes pelo contrário. Cidades como Abrantes sentem problemas idênticos. À constante perda de população, principalmente a mais jovem e activa, junta-se a atracção por outros lugares e zonas residenciais, de vistas mais largas e de melhores condições de habitabilidade.
Por isso, investir, intervir, dinamizar actividades, criar condições de permanência e até de atracção de novos residentes é um trabalho colossal e para o qual, quase sempre, faltam os meios financeiros adequados.
A tudo isso juntam-se as imposições e as barreiras burocráticas, técnicas e administrativas.
Falta flexibilidade, uma intervenção mais próxima e acima de tudo, leis e regulamentos que, defendendo o património, possam articular os dois interesses em presença: os dos moradores e os da manutenção dos centros históricos, como entidades dignas desse nome.
É um trabalho ciclópico. Mas tem que se começar por algum lado. E há problemas na margem dos centros históricos que podiam ser resolvidos sem grandes verbas e projectos. Lembro-me, por exemplo, das antigas oficinas municipais, tornadas obsoletas pelo uso das novas instalações, e de todo o espaço em terra batida que ali está servindo de parque de estacionamento e sem condições mínimas para tal fim.
Não falo sequer dos "vergonhosos sanitários" ali existentes. Eu sei que vieram do tempo da outra senhora e do outro senhor, mas nunca deixei de alertar para esta situação anómala e indecorosa que envergonha todos os nisenses.
E, se não é dizer mal, deixo um sugestão: intervenham no Centro Histórico de Nisa; tenham em conta este exemplo de um concelho vizinho e podem começar pelo antigo espaço da Aletrina (Latrina).
Mário Mendes