14.2.16

MEMÓRIA: Edilidade, Escola e Cultura

 Tal como o diz, simplesmente, o mais vulgar dicionário em qualquer língua do Mundo, a Cultura integra em si mesma e a nível do indivíduo, a educação, a instrução, o desenvolvimento do espírito e a conservação ética e estética do sedimento conceptual adquirido ao Conhecimento.
Claro que, cultura é sempre um plano superior do mero conhecimento de qualquer matéria. Por isso, e partindo desta realidade a que não se tem atendido pedagogicamente nas mais diversas latitudes da Educação, sempre defendemos que toda a disciplina devia ser ministrada numa perspectiva cultural, sem excepção.
Se assim fosse, a velha tese de Margall (“Não há nada que mais una os homens que a Cultura”) teria já produzido frutos seguros, que são nos dias correntes tão necessários (ou mais!) do que o vegetativo pão para a boca.
1998 aí está! Dois anos mais, e apenas, para o 3º Milénio!
Daqui vai o nosso grito e o nosso apelo: comecemos pela Cultura, apostemos nela como seguro investimento e como persistente e progressivo remédio dos males sociais que ensombram o itinerário de vida da juventude de hoje.
Nisa tem os meios mínimos, mas capazes, para a promoção, a sério, duma política cultural juvenil. Temos uma Casa da Cultura e o Cine Teatro e... temos a Escola. Porque não fomentar, aliciantemente, esquemas ou definições de actividades culturais voltadas para a Música (pedagogia através de concertos e palestras sobre grandes autores nacionais e estrangeiros), colóquios sobre Literatura, Pintura e Escultura, aulas de Dança, preparação de um Grupo Municipal de Teatro (porque não?!), indo à descoberta de novos valores e integrando agrupamentos já notáveis como os do nosso Folclore?
Porque não chamar até nós a colaboração pedagógica do Grupo de Teatro de Portalegre, tendo já adquiridos talentos de criação e recriação cenográfica como António Maria Charrinho?
Agora, o que nos parece, é que terá que haver entre o pelouro da Cultura da Câmara e a Escola Secundária Mendes dos Remédios um estreito entendimento de pontos de vista, para o possível planeamento conjugado e realização de programas desta ou outra melhor égide.
Porém, bom seria que não continuássemos a adormecer “sine die”...
Um tempo que se quer Novo, clama por nós!

Carlos Franco Figueiredo – in “Notícias de Nisa”