14.5.14

Nisa Viva celebrou os 40 anos do 25 de Abril com colóquio









A Nisa Viva – Associação dos Naturais e Amigos do Município de Nisa promoveu no passado sábado, no salão da Sociedade Artística Nisense, um colóquio sob o tema “O 25 de Abril e a Revolução”
Perante uma assistência numerosa e interessada, abriu a sessão o presidente da Sociedade, José Ferreira, que agradeceu a presença dos participantes e enalteceu a importância desta iniciativa.
António Montalvo, presidente da Nisa Viva, apresentou os oradores, o coronel José Maria Belo e o major general Norberto Bernardes, relatando alguns episódios em que participou enquanto estudante, nomeadamente, as manifestações contra o envio de tropas para as colónias.
José Maria Belo leu um texto onde, em termos gerais, traçou o “antes e depois do 25 de Abril, uma “data histórica provocada por um golpe militar e a que adesão popular conferiu uma expressão revolucionária”.
Lembrou a falta das liberdades fundamentais e de direitos, principalmente por parte das mulheres e disse que o 25 de Abril tem que ser lembrado como um dia em que muitos militares corajosos se juntaram para derrubar um regime ditatorial.
Norberto Bernardes teve uma intervenção mais longa, explicando as origens do “Movimento dos Capitães” que fizeram o 25 de Abril.
Contou várias histórias do tempo da guerra colonial e do envolvimento dos operacionais que estavam na Guiné, falou das diversas tentativas para encontrar uma solução política para o problema colonial, diligências que nunca tiveram a devida a aceitação por parte do governo central.
A saída de uma lei que discriminava os oficiais milicianos face aos oficiais do quadro, acabou por se tornar no detonador e pretexto para juntar os militares que chegaram à conclusão de que só derrubando o regime se poderia resolver esse e outros problemas, principalmente o de acabar com a guerra colonial.
Cumprido esse desígnio, disse, os militares entregaram o poder aos políticos e regressaram aos quartéis.
Da parte da assistência houve algumas intervenções, todas elas reconhecendo o papel decisivo dos “Capitães de Abril” e lembrando as dificuldades do tempo presente, com a troika e a austeridade.
No final ficou uma nota de esperança em tempos melhores e pela recondução do país ao espírito de Abril, consubstanciado nos célebres três Dês: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver.
Mário Mendes