13.10.13

OPINIÃO: As pontes (portas) que Abril abriu, ninguém mais agora encerra!

O governo das forças de ocupação teme que possa suceder "alguma coisa" aos manifestantes que irão cumprir, no próximo dia 19 de Outubro a Marcha por Abril.
Preocupado com a segurança dos manifestantes e munido dos pareceres que encomendou para justificar o injustificável, o governo pede que não se atravesse a Ponte.
 Está preocupado e tem razões para estar!
 Razões que se prendem não com as invenções apresentadas: desconhecimento do número de participantes, possibilidade de os marchantes baixarem para o patamar onde circulam os comboios, não ser possível qualquer intervenção em caso de emergência, os marchantes não terem seguro, etc..., etc..., mas com a razão real de que a Marcha será um novo e importante empurrão para pôr o governo na rua e os seus mandantes tirarem a mão dos nossos bolsos.
 Não esqueceram que foi na Ponte 25 de Abril que se iniciou a contagem final do "reinado cavaquista" e medrosos, afadigam-se a tentar manter a sua Ponte Salazar esquecendo que esta é há muito a Ponte 25 de Abril.
Vejamos os argumentos (alguns):
Não é possível saber atempadamente quantos serão os marchantes no dia 19, ao contrário de anteriores feijoadas ou maratonas. Não? então não é o governo quem sistematicamente manda os seus "avaliadores" dizerem que em cada manifestação eram muito poucos?
A altura de 70 metros entre o Tabuleiro e a àgua é fator de grande risco.
Porquê, o tabuleiro da ponte vai atirar-nos borda-fora?
Os manifestantes, ao contrário dos maratonistas, não tem seguro.
Será que se as seguradoras "amigas" engordarem com mais uns euros, o "perigo desaparece"?
As dificuldades acrescidas no caso de multidões em fúria (ou em pânico).
Tem sido essa a matriz das iniciativas da CGTP-IN? ou o governo está a equacionar enviar provocadores (como já sucedeu) para estimular a fúria ou o pânico?
Posto isto resta-nos a constatação de que o governo das forças ocupantes teme pela sua própria segurança.
Tem razão! Como outros que o antecederam com os mesmos objectivos vai ser despachado para o caixote do lixo da história.
Como transformámos o Terreiro do Paço em Terreiro do Povo, dia 19 vamos garantir que a Ponte que já foi Salazar se mantenha para nós e para os nossos filhos e neto a PONTE 25 DE ABRIL!
Portalegre, 12-10-2013
Diogo Serra