11.1.13

A crítica na poesia popular


A CAÇA VAI COMEÇAR
Ó senhor primeiro-ministro
Não faça mais desgraça
Não se esqueça que é coelho
E vai começar a caça.
 I
O coelho tanto rói
Que não tem mais que roer
Nem buraco onde se esconder
E a cabeça ao povo mói
O mal que fazes muito dói
Ninguém está a gostar disto
Tua pele está em risco
E o povo já está cansado
Vais acabar esfolado
Coelho, primeiro-ministro.
II
Já andas desorientado
E tens o sentido fraco
Corres de buraco em buraco
E nunca te vês cansado
Eu já tenho reparado
Mas coelhos da tua raça
Ao passar por onde passa
Todo o bicho desatina
Olha que te dá a malina
Não faças mais desgraça.
III
Quando começares a ver
A correr atrás de ti
Cães prá li e prá qui
Não tens onde te esconder
Então vais-te convencer
E seguir o meu conselho
Acredita que estás velho
E andas bem disfarçado
Mas um dia vais ser caçado
Não te esqueças que és coelho.
IV
Com o que andas a fazer
De perdão já não tens nada
Só o que espera é a canzoada
Atrás de ti a correr
Sem buracos para te esconder
E só fazes ameaça
Deixas tudo na desgraça
É assim como te digo
Esconde-te bem escondido
Pois vai começar a caça.
António Elias Estróia