6.7.12

TRADIÇÕES: Alcunhas Alpalhoenses (1)

Iniciamos aqui a publicação de alguns excertos de um trabalho da autoria de Joaquim Carrilho Capelão (Novembro de 1986) no qual o autor descreve muitos dos aspectos etnográficos, históricos, manifestações religiosas, etc., da sua terra natal. Um testemunho que vale pela forma espontânea da escrita e pelas múltiplas experiências retratadas de um universo rural e local hoje quase extinto.
As quadras sobre as Alcunhas (42 no total) serão repartidas por várias mensagens para não maçarmos os nossos visitantes/leitores. Boa leitura!
1
Não dão mel suas Abelhas
Além de frutos, temos Abóboras
Já estão velhos os Márrelhas
Nada deitam os Botafóras.
2
Não há doidos, mas há Areias
São já raros os Bastinhos
Também há alguns Ideias
Sem guardar gado Pastorinhos.
3
Há ainda nutridos Bés
E já são raros os Belos
Restam ainda Pralés
E Lourinhos e Vermelhos.
4
São muitos os Batateiros
Já são poucos os Batecértos
Quase que não há Lanceiros
Estão a extinguir-se os Ribértos.
5
Temos ainda muitos Bentos
São poucos os Falasós
E já quase não há Sebentos
E bem assim Petingós.
6
Restam poucos Capeloas
Já são poucos os Ganhões
E também poucas as Paichoas
Quase extintos estão os Midões
7
Têm aumentado os Bolotas
E vão diminuindo os Buchos
Consta que ainda vive o Notas
E quase que não há Cachuchos.
8
Estão a acabar os Carronhas
São poucos os Cartachanas
Já quase não restam Fronhas
E são poucos os Planganas.
9
Também temos os Churras
Somos férteis em Chouriços
Já foram mais os Costuras
E já quase não há Chamiços.
10
Ainda temos os Cachapins
Como ainda temos os Cucos
Temos também os Quiquis
E também os Pão e Buchos.