7.6.12

NISA: Quem cuida do Centro de Saúde?






Quem, por doença ou imperativo legal se desloca ao Centro de Saúde de Nisa não pode deixar de reparar na crescente degradação do edifício, particularmente dos espaços exteriores.
Ali abundam as ervas, as paredes sujas, com a "desculpa" das andorinhas e da profusão dos ninhos que bordejam os telhados, uma imagem degradante e de desleixo que não abona nada em favor dos responsáveis pela saúde concelhia.
Bem sei que, ao contrário de outros tempos, o Centro de Saúde deixou de ter jardineiro, um profissional que mantinha os espaços circundantes do Hospital da Misericórdia com um mínimo de dignidade e civilidade.
Agora, já nem as paredes exteriores resistem à erosão do tempo e dos maus tratos. Faltam ali, cal e pincel, um pouco de brio e vontade, para manter o nosso antigo Hospital pelo menos com a cara limpa e escarolada.
Isto, enquanto outras "caras", bem menos simpáticas, se vão afadigando no cumprimento das imposições governamentais e troikanas, limitando o direito à saúde com as chamadas taxas moderadoras, que mais não são do que uma forma de restringir, drasticamente, o direito universal e gratuito aos cuidados de saúde, tal como os preconizou António Arnault com a criação do Serviço Nacional de Saúde.
Claro que, nem o edifício nem as andorinhas têm culpa da falta de verbas e que as ervas e o mato cresçam à vontade, por entre as laranjeiras, num espaço que já foi ajardinado e convidativo.
Escuso-me de apresentar soluções. Elas estão á vista de todos. Basta que os responsáveis pelo Centro de Saúde, por amor à saúde pública, se dirijam à entidades a quem têm que se dirigir e resolvam o problema.
Manter o Centro de Saúde naquele estado, além de vergonhoso e degradante, só mostra desleixo, incapacidade e uma gritante falta de respeito pelos utentes e cidadãos.
O que não dignifica, antes pelo contrário, uma instituição pública.
Mário Mendes