19.1.12

MONTALVÃO: Espanhóis avançam com construção de ponte sobre o Tejo

A Junta da Estremadura espanhola vai avançar com a construção de uma ponte que ligará Cedillo (Cáceres) a Montalvão, no concelho de Nisa, num investimento de 3,5 milhões de euros, revelou hoje o autarca da povoação alentejana.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Montalvão, António Belo, adiantou que o concurso público para adjudicação da obra deverá ser lançado em Abril.
De acordo com o autarca, o Ayuntamiento de Cedillo está actualmente a estudar o local para a construção da ponte sobre o rio Tejo, existindo as possibilidades de uma passagem a norte, ao centro ou a sul de Montalvão.
«Eles agora vão escolher a melhor localização e também o projecto que ficará mais em conta, pois das três hipóteses (pontes) que estão em cima da mesa existem umas que ficam mais caras em relação às outras», explicou.
António Belo afirmou que o Governo português «já tem conhecimento» da iniciativa e que a aldeia de Montalvão vai «beneficiar» com esta obra, que deverá ficar concluída em 2013.
Com um investimento de 3,5 milhões de euros, o projecto conta com uma comparticipação da União Europeia (UE) de 75 por cento, ao passo que caberá à Junta da Estremadura os restantes 25 por cento.
De acordo com o autarca alentejano, as entidades espanholas «comprometeram-se» também a criar, do lado português, os acessos à ponte, através da aldeia de Montalvão.
A obra, uma «velha aspiração» das populações de ambos os lados da fronteira, vai permitir que os habitantes se desloquem com mais facilidade num troço de apenas 15 quilómetros, contra os cerca de 150 quilómetros que são obrigados a percorrer actualmente.
Há vários anos, que a ligação entre as duas povoações se faz apenas aos fins-de-semana pela ponte da Barragem de Cedillo, mas nem sempre possível de transitar, uma vez que a empresa Iberdrola explora o aproveitamento hidroeléctrico e por vezes fecha o espaço para efectuar vários trabalhos.
Lusa/SOL
NR - Há uma série de erros nesta notícia, cujo texto revela falta de conhecimento sobre a zona em apreço. A ponte a ser construída e a ligar Cedillo a Montalvão só poderá ser feita sobre o rio Sever, fronteira natural entre as duas regiões e países, e não sobre o Rio Tejo, pois as margens deste rio, a montante da Barragem de Cedillo, encontram-se em território espanhol (margem esquerda) e português ( margem direita e território dos concelhos de Vila Velha de Ródão, Castelo Branco e Idanha-a-Nova). Logo, uma ponte sobre o Tejo unindo Portugal e Espanha seria, sempre, entre a Extremadura espanhola e a Beira Baixa. As  "dúvidas" sobre o local e referência a "sul, centro ou norte" de Montalvão também carecem de rigor e só tem algum sentido se aplicadas em relação ao Rio Sever.
A questão central (económica) estará, porventura, mais ligada ao perfil do rio e a sua conexão com os acessos rodoviários às duas povoações (Cedillo e Montalvão) já existentes, o que não significa que não possam ser alterados se os custos do projecto apontarem nesse sentido.